A perspectiva inclusiva da Educação Profissional
por Daniela Sperb - Docente nos cursos técnicos e de gestão do Senac São Leopoldo. Administradora, Professora e especialista em Gestão Educacional (em formação)
Um olhar docente sobre a construção do sujeito histórico
Sob uma concepção histórica a educação profissional alicerça-se na necessidade de suprir o mercado de trabalho com profissionais qualificados. A educação profissional atualmente assume o caráter reflexivo de apropriação científica, cognitiva, cultural e comportamental. Essa modificação permite ao egresso a capacidade crítica e criativa de “saber fazer” e não apenas o “fazer”. (GOMES, 2013).
Segundo Stainback (1999) a sala de aula é o laboratório de aprendizagem que permite ao estudante o convívio com as diferenças. As pessoas consolidam competências através da oportunidade de fazer parte de algo complexo e grandioso e qualificam-se umas com as outras. Neste contexto, apresenta-se a educação inclusiva profissional, como observância ao atendimento de políticas públicas para pessoas com deficiência. Refere-se à inclusão social através dos esforços educacionais de entendimento profissional que possibilita a inserção do aluno no mercado de trabalho com atenuantes competências para o exercício da profissão.
Ao pertencer à uma instituição renomada que acolhe e integra o indivíduo com deficiência no ambiente da educação profissional, ressalta-se a grandiosidade do trabalho pedagógico e administrativo em possibilitar a real inserção deste grupo minoritário em um espaço de construção e socialização das competências e saberes. Pois, a escola possui a função social de formar alunos para a vida em sociedade. (INFOESCOLA, 2006).
O mercado de trabalho apresenta as competências requeridas para o exercício pleno da função e é neste caminho que alinham-se as estratégias de atendimento e qualificação profissional de pessoas com deficiência, possibilitando o crescimento próprio e aprendizagem significativa. Além de apropriação de conhecimentos técnicos, está o olhar à função social da instituição, do docente e da equipe, que desdobra-se em esforços para garantir o máximo desenvolvimento do educando, respeitando suas limitações e potencializando suas habilidades. Evidenciando a integralidade e bem estar do indivíduo.
Neste viés a avaliação por competência, possibilita o reconhecimento do processo de ensino-aprendizagem com base na evolução própria do aluno, fornecendo a ele o protagonismo da construção do saber e no desenvolvimento social e laboral. Os métodos pedagógicos oferecem subsídio aos docentes para que possam fortalecer o olhar inclusivo e promover um ambiente de inclusão e integração plena e eficiente.
A educação inclusiva profissional abrange um extenso caminho para descobertas, inovações e adaptações, afinal todo o aluno é um sujeito de direito com habilidades e restrições, capazes de se consolidar no ambiente de aprendizado, fortalecendo e construindo saberes e competências distintas. Ao docente, reside o intenso desafio de entender os estudantes como eles são. As interfaces do trabalho está na desmistificação da produção em série do conhecimento para o olhar individual e atento a cada indivíduo que senta-se diante do professor. Compreendendo que este sujeito com ou sem deficiência, necessita ser incluído em um processo próprio de aprendizado em observância ao seu tempo e suas habilidades.