
Apesar de ser um gesto simples, rápido e seguro, a doação de sangue ainda é cercada por dúvidas e receios. Medo de agulha, crença de que o procedimento causa fraqueza e falta de informação sobre os critérios de aptidão estão entre os principais motivos que afastam voluntários. Para garantir os estoques dos hemocentros, especialmente em períodos críticos como o inverno e os feriados prolongados, desmistificar essas ideias é essencial.
“Tem gente que ainda acredita que doar sangue afina o sangue ou que a pessoa pode ficar viciada, o que não faz sentido”, explica Carol Engers Piumato, docente do curso Técnico em Enfermagem do Senac Novo Hamburgo. Outra dúvida comum é sobre tatuagens e piercings. Eles não impedem a doação, apenas exigem um intervalo temporário.
Outros mitos persistentes incluem o medo de contrair doenças durante o procedimento, que é realizado com materiais esterilizados e descartáveis, e a ideia equivocada de que doar uma vez já é suficiente. “O ideal é que a doação seja regular. Os componentes do sangue têm prazos curtos de validade. As plaquetas, por exemplo, duram apenas cinco dias”, ressalta Carol.
Segundo ela, o medo da agulha e a ansiedade sobre sentir tontura ou fraqueza também são fatores recorrentes. “A equipe do hemocentro orienta e acompanha todo o processo. Depois da doação, há hidratação e um lanche oferecido ao doador. Isso ajuda a evitar qualquer desconforto”, esclarece.
Para doar, é necessário ter entre 16 e 69 anos (menores de idade com autorização dos responsáveis), pesar mais de 50 quilos e estar em boas condições de saúde. Também é importante estar alimentado, evitar bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores e ter dormido pelo menos seis horas na noite anterior. Doenças como hepatite após os 11 anos, HIV, Doença de Chagas e uso de drogas injetáveis impedem a doação de forma definitiva.
A triagem clínica feita antes da coleta garante a segurança de quem doa e de quem recebe o sangue. Algumas condições, como hipertensão e diabetes, não são impeditivas, desde que estejam controladas. “O ideal é tirar dúvidas com o médico de confiança ou diretamente com o hemocentro”, orienta Carol.
Campanhas de conscientização têm papel importante nesse cenário. Ao mostrar histórias reais e reforçar que doar sangue é seguro, elas ajudam a combater a desinformação e incentivar novos doadores. “Quanto mais as pessoas entendem o processo, mais se sentem seguras para doar”, completa.
Durante o inverno, a ocorrência de gripes e resfriados aumenta as restrições temporárias. Somado ao impacto das chuvas e das férias escolares, esse é um dos períodos mais críticos para os bancos de sangue. Manter as doações regulares durante o ano é o que garante que os hemocentros consigam atender às demandas, especialmente em situações de emergência.
Para doar
Para doar sangue e ajudar a manter estoques seguros, os interessados podem comparecer ao Hemocentro do Estado do Rio Grande do Sul (Hemorgs) de segunda à sexta-feira, das 8h às 16h.
Agendamentos pelo site saude.rs.gov.br/agendamento-doacao-de-sangue ou pelo telefone (51) 3336-6755 ou WhatsApp (51) 98405-4260.