
A enfermagem é uma profissão essencial para a saúde, mas os desafios diários enfrentados pelos profissionais podem comprometer sua saúde mental. “Longas jornadas, alta carga emocional e pressão constante fazem parte da rotina, aumentando os riscos de estresse, ansiedade e até mesmo da Síndrome de Burnout”, destaca a enfermeira, docente e coordenadora técnica do Senac Saúde, Roberta Tavares.
O bem-estar emocional dos profissionais de enfermagem tem sido um tema de grande preocupação, especialmente nos últimos anos. Devido às demandas intensas da profissão, muitos profissionais relatam sintomas de exaustão física e emocional. “Estudos indicam que a sobrecarga de trabalho e a falta de reconhecimento são fatores que economizam para o adoecimento mental. Além disso, o contato diário com o sofrimento humano e a necessidade de lidar com situações críticas aumentam ainda mais a vulnerabilidade desses profissionais”, relata Roberta.
Principais causas de estresse e Síndrome de Burnout
O estresse na enfermagem pode ser causado por diversos fatores, como:
Jornadas exaustivas e turnos noturnos que comprometem o descanso.
Pressão emocional ao lidar com pacientes em situações delicadas.
Falta de reconhecimento e sobrecarga de responsabilidades.
Ambiente de trabalho desafiador com recursos limitados e equipes reduzidas.
Conflitos interpessoais e dificuldades na comunicação dentro da equipe.
Exposição à violência , seja de pacientes, familiares ou até mesmo de colegas.
“Esses fatores, quando persistentes, podem levar à Síndrome de Burnout, uma condição caracterizada por esgotamento físico e mental, perda da motivação profissional e sensação de ineficácia no trabalho”, afirma Roberta que elenca os sintomas que indicam que um profissional pode estar adoecendo. “É fundamental estar atento aos sinais de que algo não vai bem", diz. Alguns dos sintomas mais comuns incluem cansaço extremo e sensação de esgotamento constante; alterações de humor, como irritabilidade, tristeza ou crises de choro frequentes; insônia ou sono não reparador; perda de motivação e do prazer no trabalho; falta de concentração e lapsos de memória; problemas físicos, como dores musculares, enxaquecas frequentes e distanciamento emocional dos colegas e dos pacientes.
“Caso esses sintomas sejam recorrentes, é essencial procurar ajuda profissional. Psicólogos, psiquiatras e programas de apoio psicológico podem auxiliar na recuperação da saúde mental e na construção de estratégias para lidar com o estresse da profissão”, indica Roberta.
Prevenção: O melhor caminho para o bem-estar
O cuidado com a saúde mental deve ser uma prioridade para os profissionais de enfermagem. Algumas estratégias de prevenção incluem:
Equilíbrio na carga horária: períodos adequados de descanso e escalas bem distribuídas.
Suporte emocional: criação de redes de apoio e incentivo à comunicação entre colegas.
Autocuidado: momentos de lazer, prática de atividades físicas e alimentação saudável.
Treinamento em gestão emocional: técnicas de mindfulness e respiração para reduzir o estresse.
Apoio psicológico dentro das instituições de saúde.
Valorização profissional: reconhecimento e melhores condições de trabalho.
A especialista alerta que a enfermagem é uma profissão de entrega e dedicação, mas para continuar cuidando dos outros, é essencial que o profissional também cuide de si. “A saúde mental dos profissionais de enfermagem deve ser uma pauta prioritária, garantindo um ambiente de trabalho mais saudável e humano para todos. Se você é profissional de enfermagem, lembre-se: buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas um ato de coragem”, conclui.