
Quando aliada à responsabilidade social, a educação torna-se uma ferramenta ainda mais potente para transformar realidades e formar cidadãos conscientes e atuantes em suas comunidades. De acordo com a pedagoga e orientadora educacional do Senac Viamão, Erika Neres Markuart, o empoderamento juvenil por meio da educação é um caminho essencial para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
Erika pondera que a formação de jovens engajados socialmente começa com a promoção do pensamento crítico, um ponto crucial no processo educativo. Para a docente, os planos de aula devem estar alinhados com a realidade dos estudantes e suas necessidades, abordando temas que despertem o senso de responsabilidade e empatia em relação à sociedade. “Engajamento social perpassa pela consciência da realidade pessoal dos estudantes. Antes de engajar, é necessário promover o pensamento crítico”, afirma.
Para Erika, a consciência de si mesmo e a capacidade de perceber que é possível mudar a própria condição são os primeiros passos para se tornarem agentes de mudança. Além disso, é essencial compreender o funcionamento de políticas públicas que afetam suas vidas. “Muitos jovens aprendizes, antes de ingressar no programa, não sabiam que o vale-transporte é um direito previsto em lei, outros não tinham conhecimento de que qualquer pessoa no Brasil pode usar o SUS, alguns não sabiam como funciona o ENEM e o SISU. É gratificante ouvir dos estudantes que as aulas iniciais da Aprendizagem trazem informações básicas que muitos não faziam ideia e que podem compartilhar o conhecimento adquirido com seus familiares”, descreve.
A educadora explica que, no processo de desenvolvimento do protagonismo juvenil, utiliza uma abordagem pedagógica prática e próxima da realidade dos jovens, valorizando a autonomia e autoestima de cada um. “Penso que ações básicas podem promover bons resultados. Sempre começo minhas aulas caminhando pela sala, conversando com os estudantes e entendendo o dia a dia deles. Promovo atividades em que eles sejam lideranças, ocupem espaços da escola, utilizem a imaginação e desenvolvam a criatividade. Gosto também de promover reflexões escritas, porque ter a liberdade de escrever sobre como se sente também é importante na formação de pessoas”, relata.
Quanto ao impacto nas comunidades onde os jovens aplicam o que aprendem em sala de aula, Erika pontua que muitos acabam retornando ao Senac para continuar seus estudos, trazendo familiares e influenciando positivamente o entorno. “Outros são efetivados em seus empregos e conseguem adquirir maior renda para irem em busca de objetivos maiores. De alguma maneira, nós do Senac Viamão conseguimos, através desses jovens, impactar as comunidades”, celebra.
Por fim, ela ressalta a gratidão de trabalhar com a aprendizagem. “É muito gratificante ver o quanto eles amadurecem no decorrer do Jovem Aprendiz. Isso mostra que tanto a parte teórica no Senac quanto a prática nas empresas é muito importante na formação deles”, conclui.
Sobre o Programa Jovem Aprendiz
O Programa Jovem Aprendiz, promovido pelo Senac em parceria com empresas, facilita a inserção de jovens de 14 a 24 anos incompletos no mercado de trabalho (não há limite de idade para pessoas com deficiência). As empresas contratam os jovens aprendizes e os inscrevem no Senac, onde participam de um curso que alterna jornadas teóricas na instituição e práticas na empresa, promovendo o desenvolvimento integral dos participantes.
As empresas contratantes devem assinar a carteira de trabalho do aprendiz, garantindo benefícios como férias, 13º salário, previdência social, vale-transporte, FGTS proporcional e outros direitos trabalhistas. Além disso, o jovem aprendiz recebe salário mínimo/hora e vale-transporte durante o período de qualificação.
Para saber mais sobre o programa, os interessados devem acessar o site do Jovem Aprendiz ou comparecerem no Senac Viamão, que fica localizado na rua Reverendo Américo Vespúcio Cabral, 154 - Centro. Mais informações pelo telefone (51) 3434-0391.