
Março é internacionalmente reconhecido como o mês de conscientização sobre o câncer colorretal, uma iniciativa simbolizada pela cor azul-marinho. No Brasil, essa neoplasia é a terceira mais comum entre homens e mulheres, com estimativas apontando para 45.630 novos casos anuais no período de 2023 a 2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A campanha Março Azul-Marinho busca alertar a população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e da adoção de hábitos saudáveis para reduzir a incidência da doença.
A coordenadora dos cursos da área da Saúde no Senac Santana do Livramento, Aurélia Ribas, explica que diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento do câncer colorretal. A idade é um dos principais, já que a incidência aumenta significativamente em pessoas com mais de 50 anos. Além disso, o sedentarismo, a obesidade, o consumo de álcool e o tabagismo também são considerados fatores de risco.
A alimentação tem um papel fundamental, e dietas ricas em carnes vermelhas e processadas e pobres em fibras estão associadas ao aumento da incidência da doença. Pessoas com histórico familiar, pólipos intestinais ou doenças inflamatórias intestinais, como a retocolite ulcerativa, devem estar especialmente atentas.
A prevenção pode ser feita por meio da adoção de um estilo de vida mais saudável. Aurélia destaca que “praticar atividade física, evitar o tabagismo — que também é um fator de risco para outros tipos de tumores — e realizar exames de rastreamento são medidas essenciais para reduzir os casos da doença”.
O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e torna o tratamento mais simples e menos oneroso. Os principais exames para a detecção da doença são o parasitológico de fezes e a colonoscopia, que permite a visualização direta do intestino grosso e possibilita a remoção de pólipos antes que se tornem malignos. “Os principais exames diagnósticos são o parasitológico de fezes e a colonoscopia”, reforça a docente.
Embora o câncer colorretal muitas vezes não apresente sintomas nos estágios iniciais, sinais como sangue nas fezes, dor abdominal persistente, alteração no hábito intestinal — com episódios alternados de diarreia e prisão de ventre — e inchaço abdominal podem indicar a presença da doença. Pessoas acima de 50 anos, com histórico de pólipos ou doenças inflamatórias intestinais, devem buscar acompanhamento médico regular e, caso percebam sintomas persistentes, procurar avaliação especializada.
A alimentação desempenha um papel essencial na prevenção do câncer colorretal. O consumo excessivo de carnes vermelhas e processadas deve ser evitado, enquanto alimentos ricos em fibras devem ser priorizados. Frutas, verduras, legumes e grãos integrais auxiliam no bom funcionamento do intestino e reduzem o risco da doença.
Campanhas como o Março Azul-Marinho são fundamentais para conscientizar a população sobre os riscos do câncer colorretal e incentivar a realização de exames preventivos. Essas iniciativas ajudam a disseminar informações sobre fatores de risco, sintomas e formas de prevenção, estimulando a adoção de hábitos saudáveis e facilitando o diagnóstico precoce. “A campanha conscientiza a população sobre o terceiro tipo de câncer mais comum e auxilia no reconhecimento de sinais e na realização do diagnóstico precoce”, finaliza Aurélia.