
Durante as festas de fim de ano, os desafios para os bancos de sangue se multiplicam. Embora o período seja marcado por celebrações e momentos de confraternização, é também um tempo de maior risco, com o aumento de acidentes de trânsito e outras emergências, como queimaduras e traumas. Isso eleva a demanda por transfusões de sangue nos hospitais. Contudo, ao mesmo tempo, a oferta de sangue sofre uma queda significativa, devido às férias e ao compromisso de muitas pessoas com viagens e festas.
A docente do curso Técnico em Enfermagem do Senac Novo Hamburgo, Carol Engers Piumato, destaca que, nesse cenário, a doação regular de sangue torna-se ainda mais crucial. "O sangue doado é essencial para emergências, cirurgias e tratamentos contínuos, como quimioterapias. Manter os estoques cheios nesta época previne atrasos nos atendimentos e garante que cada paciente receba o suporte vital que precisa no momento certo", explica.
A redução no número de doadores é um dos principais desafios enfrentados pelos bancos de sangue no fim de ano. Essa queda, somada ao aumento da demanda, gera uma pressão significativa para manter os estoques em níveis adequados. As dificuldades logísticas para organizar campanhas e assegurar a regularidade das coletas, mesmo durante as festas e feriados, também agravam a situação.
Para sensibilizar a população, é necessário que as campanhas de conscientização ganhem força. "Campanhas educativas nas redes sociais, parcerias com empresas e escolas e incentivos como transporte gratuito aos postos de coleta podem aumentar o número de doadores", sugere a docente.
Justamente por isto, durante as festas de fim de ano, hemocentros e organizações promovem campanhas especiais, como a “Semana Vermelha”, para reforçar a importância da doação de sangue. Inclusive, parcerias com igrejas, empresas e ONGs ajudam a disseminar a mensagem e incentivar mais pessoas a participarem.
Vale destacar que o tipo sanguíneo O negativo, conhecido como doador universal, é o mais requisitado nos hospitais durante emergências, especialmente quando não há tempo para identificar o tipo sanguíneo do paciente. Entretanto, todos os tipos sanguíneos são indispensáveis para atender a demanda específica de diferentes pacientes.
O sangue doado é cuidadosamente armazenado e dividido em seus componentes, como plaquetas, plasma e hemácias, que têm diferentes tempos de validade. "Esses componentes são utilizados para tratar pacientes com anemia severa, hemorragias, cirurgias e condições crônicas", explica Piumato.
Critérios para doação de sangue
Para se tornar doador, a pessoa precisa atender alguns critérios básicos, como ter entre 16 e 69 anos (menores de idade com autorização dos responsáveis), pesar no mínimo 50kg, estar em boas condições de saúde, não estar em jejum e evitar refeições gordurosas antes da doação, além de não ter ingerido bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas.
"Doar sangue é um procedimento simples, seguro e rápido. Todo o material utilizado é descartável e o processo dura menos de uma hora. Sua doação pode salvar até 4 vidas", afirma Carol Engers Piumato.
Por isso, doar sangue é um ato de solidariedade essencial, especialmente nesse período, para garantir que vidas sejam salvas mesmo diante dos desafios do fim de ano. Confira os locais permanentes de doação do RS em saude.rs.gov.br/onde-doar-sangue.