Dados do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) mostram que, no Brasil, o número de jovens de 14 a 24 anos ocupados passou de 13,7 milhões no primeiro trimestre de 2019 para 14,0 milhões no mesmo período de 2024. Apesar desse aumento no número de jovens ocupados, muitos ainda enfrentam desafios inesperados ao ingressar no mercado de trabalho. Questões como a adaptação a novas rotinas, a pressão por produtividade e a busca por qualificação são algumas das adversidades que os jovens precisam estar preparados para superar.
De acordo com o docente do Senac Novo Hamburgo, Paulo Colombo, um dos principais desafios enfrentados pelos jovens no mercado de trabalho é a quebra de expectativas em relação às oportunidades que não se concretizam, gerando frustrações. "As necessidades de desenvolver ou potencializar habilidades técnicas e comportamentais para atender as demandas e adaptar-se ao ambiente profissional, assim como dificuldades em conciliar o tempo dedicado para o trabalho, estudo e lazer, é um trinômio que pode ser desafiador para quem está iniciando sua carreira profissional", enumera.
A falta de experiência profissional é outro fator que dificulta o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. Muitas empresas preferem contratar pessoas com experiência prévia, o que acaba afastando os jovens, já que, sem a primeira oportunidade, eles não conseguem adquirir a experiência necessária. Por outro lado, algumas empresas optam por oferecer oportunidades justamente para quem não tem experiência, valorizando outros fatores que são igualmente importantes para o desempenho profissional, além da experiência na função. "Nesse quesito já se destaca uma habilidade comportamental essencial: a resiliência. Os jovens podem buscar experiências em trabalhos voluntários, estágios, participar do Programa Jovem Aprendiz, bem como se engajar em outras atividades que agreguem valor ao seu currículo. O importante é não desanimar ou desistir diante das dificuldades, procurando oportunidades que se adequem ao seu perfil", destaca Paulo.
Habilidades e estratégias para o mercado
Para o docente, entre as habilidades técnicas mais exigidas dos jovens destacam-se as relacionadas à tecnologia e à informática, uma vez que o mercado demanda esses conhecimentos para diversas funções. "No que se refere às habilidades comportamentais podemos citar a resiliência, inteligência emocional, proatividade, habilidade para trabalho em equipe, gestão do tempo e comunicação. Acredito que essas habilidades contribuirão com o crescimento e desenvolvimento pessoal", enfatiza.
Sobre as estratégias para inserção, Paulo sugere que os jovens continuem sempre estudando, desenvolvendo e potencializando as suas habilidades técnicas e comportamentais, além de se manterem atualizados com as necessidades do mercado, incluindo o domínio de um segundo idioma. "Acredito também ser importante desenvolver um diferencial, sua marca pessoal. Quando todos têm conhecimentos, habilidades e atitudes similares, o diferencial se torna muito importante. Essa diferenciação pode ser demonstrada por meio de uma postura proativa, por sempre buscar fazer o seu melhor ou pela realização de projetos pessoais, como o voluntariado", indica.
O ensino técnico e profissionalizante pode ajudar os jovens a enfrentar os desafios no mercado de trabalho preparando-os e oportunizando experiências práticas, facilitando o ingresso no mercado de trabalho por meio de estágios. "Iniciativas como o Programa Jovem Aprendiz valorizam as empresas ao destacar o desenvolvimento e o aprimoramento das habilidades técnicas e comportamentais desses profissionais, além de oferecer conteúdos práticos aplicáveis ao dia a dia no trabalho", finaliza Paulo.