Considerados vilões para a saúde, os alimentos processados e ultraprocessados estão muito presentes em nossa rotina alimentar. Mas você sabe a diferença entre eles?
Os alimentos processados são produtos in natura adicionados de sal, açúcar, óleo ou vinagre em sua composição. O objetivo desse processamento é aumentar a duração da validade ou torná-los mais agradáveis ao paladar. São exemplos de alimentos processados: frutas em caldas ou cristalizadas, legumes em conservas, carnes enlatadas ou carnes salgadas, produtos derivados de leite, extrato de tomate, pães e massas.
Já os alimentos ultraprocessados são produtos industrializados compostos principalmente por ingredientes derivados de alimentos, como óleos, açúcares, amidos e óleos vegetais, naturalmente ricos em gorduras saturadas e hidrogenadas. Estes últimos, além de concentrarem gorduras saturadas, contêm também gorduras trans. Esses produtos ainda recebem substâncias sintetizadas em laboratório, como corantes, aromatizantes e diversos aditivos, que os tornam mais atraentes ao paladar. Eles passam por processos de manufatura complexos, como extrusão e moldagem, e são geralmente ricos em açúcar, gordura e sal, com baixo valor nutricional. Exemplos incluem biscoitos, sorvetes, cereais matinais, sopas instantâneas, salgadinhos, refrigerantes, produtos congelados e embutidos.
A nutricionista e docente do Senac Lajeado, Cássia Paloma Geib, explica que o processamento de alimentos pode, em alguns casos, preservar características nutricionais. No entanto, também pode alterar negativamente a composição, resultando em alimentos com excesso de sal ou açúcar e com pouca ou nenhuma fibra. Os alimentos ultraprocessados, em particular, são ricos em sal, açúcares, gorduras e aditivos, mas praticamente desprovidos de fibras e outros nutrientes essenciais, tornando-os altamente calóricos. "Esses alimentos estão diretamente relacionados a diversos problemas de saúde, como hipertensão e doenças cardiovasculares. Além disso, ao consumi-los, acabamos ingerindo mais calorias do que precisamos, o que, inevitavelmente, resulta em armazenamento de gordura no corpo e, consequentemente, obesidade", explica.
Para diminuir o consumo desses alimentos, a especialista indica sempre preferir o consumo dos alimentos in natura ou minimamente processados como frutas, verduras, grãos integrais, proteínas magras e preparações culinárias ao invés de alimentos ultraprocessados. Isso garante uma nutrição adequada e previne doenças crônicas. "A leitura de rótulos e a conscientização sobre a composição dos alimentos também são fundamentais para fazer escolhas mais saudáveis", acrescenta.
De acordo com Geib, a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) é um campo de conhecimento e prática que visa promover hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o direito à Alimentação Adequada e Saudável. "É importante em vários aspectos, desde incentivar a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis e prevenir doenças crônicas, como diabetes, obesidade, hipertensão e problemas cardíacos, até valorizar e fortalecer a cultura alimentar regional. Além disso, promove a redução do desperdício e o consumo sustentável", destaca.
Para os interessados no assunto, o Senac Lajeado oferece o curso gratuito e presencial de Educação Alimentar e Nutricional. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas pelo site até o dia 6 de outubro. As aulas iniciam no dia 21 de outubro e serão realizadas nas segundas e quartas-feiras, das 19h às 22h. "Esse curso tem o objetivo de abordar a importância de uma alimentação saudável e sustentável, desde a escolha de alimentos e porções adequadas a cada idade até a compreensão de restrições alimentares, compreensão da pirâmide alimentar e a influência do comportamento na nutrição infantil e adolescente", ressalta.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3748-4644, pelo WhatsApp (51) 99377-7103 ou presencialmente na escola, localizada na Av. Senador Alberto Pasqualini, 421, no bairro Centro.