Em setembro comemoramos o Dia do Programador e essa é uma boa data para se falar que, no setor de tecnologia, a igualdade de gênero ainda é um desafio. Apesar dos avanços, ainda é um segmento majoritariamente dominado por homens e na área da programação não é diferente. Conforme a docente dos cursos de Tecnologia do UniSenac – Campus Pelotas, Renata Gomes Wotter, o mercado de trabalho para mulheres na área da programação tem mostrado sinais de crescimento, mas ainda enfrenta desafios significativos. “A representatividade feminina na área de TI é baixa, com mulheres representando menos de 20% dos profissionais em programação no Brasil”, conta.
Por que esse número ainda é baixo? Renata acredita que a presença de mulheres na área de tecnologia ainda é limitada devido a fatores culturais e históricos enraizados em uma sociedade tradicionalmente machista. “Desde a infância, as meninas não são incentivadas a seguir carreiras nas ciências exatas, como engenharia e computação. Brinquedos destinados a elas geralmente envolvem bonecas e atividades domésticas, enquanto os meninos são encorajados a explorar brinquedos que estimulam o raciocínio lógico e habilidades técnicas”, destaca.
A docente lembra que, embora tenha havido várias cientistas mulheres de destaque ao longo da história, suas contribuições são frequentemente ignoradas ou subestimadas nos currículos educacionais. “Esta falta de reconhecimento contribui para a percepção de que as carreiras em ciência e tecnologia são predominantemente masculinas. A desigualdade de gênero também é evidente no ambiente acadêmico e profissional. Por exemplo, durante minha formação, que inclui Técnico em Eletrônica, Ciência da Computação e Mestrado em Engenharia da Computação, sempre tive pouquíssimas colegas mulheres. No Mestrado, entre quase 20 alunos, eu era a única mulher. Nos cursos de TI que leciono, o número de alunas ainda é significativamente menor do que o de alunos”.
A sociedade tem ensinado que existem cursos "para meninos" e "para meninas". Embora essa mentalidade esteja mudando, o progresso é lento e ainda há muito a ser feito, como abordar a diferença salarial entre gêneros. “Para aumentar a participação feminina na tecnologia, é necessário incentivar meninas desde cedo, promover modelos femininos de sucesso na área e implementar políticas que promovam a igualdade de oportunidades e remuneração”, afirma Renata.
Porém, há uma luz no fim do túnel. A especialista destaca que embora o mercado de TI para mulheres ainda enfrente muitos desafios, há um movimento crescente para aumentar a inclusão e a representatividade feminina. Existem estímulos que podem ser feitos para um crescimento ainda maior desse número. “A inclusão de mulheres na tecnologia é essencial para garantir a diversidade e a representatividade no setor. Como a tecnologia influencia diretamente a vida cotidiana e a sociedade em geral, é vital que as soluções tecnológicas reflitam diversas perspectivas e necessidades de todos os grupos sociais. Promover a inclusão de mulheres na tecnologia contribui significativamente para a igualdade de gênero e combate à discriminação. O campo da tecnologia ainda é predominantemente masculino, o que pode desmotivar mulheres, mesmo aquelas que têm interesse na área. Ao aumentar a participação feminina na tecnologia, é possível alterar essa dinâmica e criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e diversificado”, enfatiza Renata.
Para estimular um crescimento ainda maior na participação feminina na programação, a docente acredita em iniciativas educacionais, políticas corporativas de inclusão e que programas de capacitação são fundamentais. “Essas estratégias não apenas capacitam mulheres, mas também ajudam a construir uma cultura mais acolhedora e equitativa dentro das empresas de tecnologia”.
Áreas de atuação para um programador
As principais áreas de atuação para programadores são: Desenvolvimento Front-end; Desenvolvimento Back-end; Desenvolvimento Full-stack; Desenvolvimento Mobile; Desenvolvimento de Jogos e Desenvolvimento de Software. Renata destaca as funções exercidas, tais como desenvolver e depurar o código que compõe software e aplicações; compreender as necessidades do cliente e traduzir essas necessidades em especificações técnicas; corrigir bugs e melhorar o desempenho dos sistemas existentes e trabalhar em equipe junto a outros desenvolvedores, designers e gerentes de projeto.
Conforme a docente, os cursos de programação são fundamentais. “Para o desenvolvimento e a manutenção das habilidades técnicas, a atualização constante com as mudanças na tecnologia, a obtenção de certificações reconhecidas, a melhoria na resolução de problemas, o networking e a introdução a novas áreas de interesse. Esses fatores combinados garantem que os profissionais de TI permaneçam competitivos e valorizados no mercado de trabalho”, conclui.
Para as interessadas na profissão de programação, fiquem atentas ao site do UniSenac – Campus Pelotas que oferece variadas capacitações na área da tecnologia. Mais informações pelo WhatsApp (53) 99197-8844 ou presencialmente no Centro Universitário que fica localizado na Rua Gonçalves Chaves, 602 – Centro.