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Novembro Roxo: mês da atenção à prematuridade
Claudia BernardesOrientadora educacional do Senac Uruguaiana
16/11/23
Educacional

Novembro é considerado o mês internacional de sensibilização para a prematuridade, sendo reconhecido mundialmente como “Novembro Roxo”. A data tem o objetivo de alertar sobre o crescente número de partos prematuros e informar a respeito das consequências do nascimento antecipado para o bebê, para a família e para a sociedade. A cor simboliza a sensibilidade e a individualidade, características que são típicas em bebês prematuros.

Prematuros são aqueles que nascem antes de 37 semanas de gestação, cuja duração completa é entre 37 e 42 semanas. As causas da prematuridade são multifatoriais, se inter-relacionam e podem variar em diferentes populações. Estima-se que, no mundo, 13,4 milhões de bebês nasceram prematuros só em 2020, com quase 1 milhão de mortes ocorrendo por complicações relacionadas com o parto precoce.

Segundo um estudo realizado em 2012, no município de Porto Alegre, entre os possíveis determinantes estão a idade materna, escolaridade materna inadequada, gestação múltipla, pré-natal inadequado e realização de cesariana. Os casos podem ser divididos em “prematuros extremos”, que são os que vieram ao mundo antes das 28 semanas (e correm mais risco de vida do que os bebês que nascem após esse período), “prematuros intermediários”, quando nascem entre 28 e 34 semanas e “prematuros tardios”, aqueles que nascem entre 34 e 37 semanas.

Durante a gestação, os familiares preparam-se para acolher um novo integrante. O casal constrói imagens, sonhos e esperanças em relação a esse “ser”. No entanto, o nascimento de um recém-nascido prematuro (RNPT) transforma esse sonho, podendo trazer desapontamento, além de sentimentos de incapacidade, culpa e medo da perda.

Os laços afetivos entre mãe e filho começam a se desenvolver durante a gravidez, bem antes do nascimento. A chegada do filho e, posteriormente, uma internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), podem ser eventos de grande impacto, principalmente para a mãe, pois quando ocorre a separação mãe-filho precocemente, há interferência no processo de apego.

A experiência da prematuridade coloca as famílias diante de situações que fragilizam a rotina - o que estava organizado é modificado abruptamente com o nascimento e a hospitalização do filho prematuro. A equipe de enfermagem é imprescindível para aproximar a mãe do seu filho. Mas mesmo sendo o bebê e sua evolução o foco dos cuidados de enfermagem, existem ações que envolvem e dependem da mãe para promover o bem-estar e a saúde. São elas o contato pele a pele, a amamentação e as visitas. Por isso, torna-se indispensável conhecer os sentimentos e as necessidades da mãe.

Os pais, quando veem seu filho pela primeira vez na UTIN, revelam uma distância emocional e uma percepção não realística, sendo sempre suas primeiras preocupações a chance de sobrevivência do filho e as incapacidades que ele poderá apresentar no futuro. Algumas mães têm o senso de culpa muito grande, cogitam ter feito algo que afetara o filho durante a gravidez, tomando a responsabilidade para si do que está acontecendo com esse ser indefeso. A equipe cuidadora deve procurar entender a situação pela qual a família está passando e ser empática nessa etapa tão difícil de sua vida.

Somente nos últimos anos se reconheceu a importância em atender não só as necessidades do neonato, mas também os aspectos psicossociais dos pais. Explicar claramente os procedimentos e intervenções, nos primeiros dias após o nascimento, pode amenizar a experiência traumática.

Os pais não são considerados visitas, mas sim parceiros da equipe de cuidadores desse pequeno paciente. Portanto é fundamental que a equipe de enfermagem, através da compreensão das expectativas maternas e das inquietações, proporcione às mães uma escuta ativa, reconhecendo suas angústias e esperanças.