O cargo de síndico tradicionalmente era ocupado por aquele com maior disponibilidade, seja de tempo, seja de paciência para encarar os desafios. Já há algumas décadas, a função de síndico passou a ser vista e explorada como um negócio propriamente dito, levantando algumas lendas ou mitos, que tem sido dilemas na vida condominial. Um deles é: síndico morador ou profissional? Outro é se o síndico precisa ter formação. Apesar de serem perguntas diferentes a resposta é a mesma: não importa se o síndico é morador ou profissional, também não importa se ele tem formação, o perfil do síndico mudou, para ser síndico e necessário conhecimento sobre o impacto das decisões tomadas ou não tomadas.
Acontece que ter disponibilidade não é mais suficiente. Imaginemos um condomínio, que teve um destelhamento por vendaval, cujo conserto está orçado em R$ 20mil, o condomínio não possui dinheiro em caixa, vai ficar com saldo negativo e pagar juros de 6% pelo saldo negativo. Um síndico com disponibilidade de tempo, pensaria em parcelar. Um síndico que entende o impacto de suas decisões, saberia que normalmente destelhamento por vendaval é coberto pelo seguro, saberia que o seguro é obrigatório, saberia que não precisaria desembolsar o valor e que o juros pelo saldo negativo é ilegal por ser abusivo e também que existem opções melhores de contratação. A questão é que os condomínios estão cada vez mais complexos com um número muito grande de serviços, contratos e obrigações, sendo muito assediado pelos contratados, que ter disponibilidade não é mais suficiente.
Fica evidente, portanto, que não importa se o síndico será um morador ou um síndico profissional. O curso de formação não é obrigatório por lei, porém é essencial para poder se apresentar como síndico (seja morador ou profissional) realmente capaz de entender todos os impactos das decisões que toma, podendo tomar as melhores decisões que favoreçam ao condomínio e assim gerar economia, como no exemplo imaginado, R$ 20mil em um ano, significa um custo de cerca de R$ 1600,00 ao mês, ou seja, se o síndico era morador e “gratuito”, na prática custou caro aos condôminos, se era profissional, a falta de formação adequada deste o tornou ainda mais caro.