Comecei a escrever esse texto na noite de 5 de abril, após a reunião pedagógica mensal do Senac Uruguaiana. O título foi um dos temas de debate daquela noite. A célebre frase “a leitura do mundo precede a leitura da palavra” é do educador Paulo Freire e está no livro “A importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam”, de 1989. Em uma análise rápida, ela indica que primeiro cada sujeito deve conhecer o mundo que o cerca, entender suas origens e o território em que constrói a sua identidade, e então irá aprender sobre “o mundo das letras”. Naquela noite, falamos sobre a importância do mundo que cerca cada um de nossos estudantes, e como esse mundo, conforme a idade vai avançando, pode ser descoberto e encontrado através e na literatura.
O Dia Mundial do Livro é comemorado em 23 de abril, data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Para a escolha do dia, a Unesco utilizou como referência uma tradição catalã que celebra nesta data o Dia de São Jorge, quando era costume presentear com uma rosa quem comprasse um livro. Esse dia também marca o falecimento de dois escritores renomados: William Shakespeare e Miguel de Cervantes. A leitura do mundo – das tradições culturais e da importância de grandes nomes da literatura mundial – serviu de inspiração para a escolha, em 1995, de 23 de abril como Dia Mundial do Livro, durante a “XXVIII Conferência Geral” da Unesco.
Ao pensar na leitura da palavra, lembramos que no dia 18 de abril é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil. Aprovada pela Lei nº 10.402/2022, a escolha da data faz alusão ao nascimento de Monteiro Lobato, um dos nomes mais importantes da literatura infantil brasileira. Suas obras auxiliaram, e ainda auxiliam, a formar leitores nas escolas do nosso país.
Infelizmente, os brasileiros ainda registram, um baixo índice de leitura a nível mundial. Dados de 2019, obtidos pela instituição Pró-Livro, relatam que o Brasil estava em 27º lugar no ranking quando se tratava da média semanal de horas de leitura, um total de 5,2 horas por habitante. Em comparação, a Índia, que ocupa a primeira posição na lista, tem uma média de 10,7 horas semanais por habitante – é mais que o dobro.
Porém, há indícios de melhoras! Segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), em 2021, o Brasil vendeu mais de 55 milhões de exemplares, um recorde em termos de vendas (30% a mais que em 2020, por exemplo). Isto mostra que estamos cada vez mais lendo o mundo e entendendo a importância da leitura da palavra.
