O mês de novembro, mais precisamente dia 17, é reconhecido internacionalmente como o mês da prematuridade. A cor roxa foi escolhida por simbolizar a individualidade e sensibilidade, duas características que são naturais aos prematuros. Significa também transmutação e mudança. No Brasil, anualmente, mais de 12% dos nascimentos são de bebês prematuros, em Uruguaiana no ano de 2020 ocorreram 1310 nascimentos e destes, 157 foram prematuros. Esse número totaliza uma média de 11,9% se igualando a média Brasileira. Apesar de o número total de nascimentos estar diminuindo gradativamente, o número de nascimentos prematuros continua aumentando e chega a atingir 15 milhões de crianças todos os anos ao redor do mundo.
Mas afinal o que é prematuridade? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é definido por prematuro todo aquele que nasce antes das 37 semanas completas de gestação – uma gestação a termo, dentro do tempo normal ocorre entre 38 e 41 semanas. O parto prematuro, dependendo do momento que ele acontece, pode ser prejudicial tanto para o bebê quanto para a gestante. Destaco aqui as principais causas do nascimento precoce: hipertensão materna, diabetes gestacional, tabagismo, uso de drogas, infecções, deslocamento prematuro de placenta, dentre outros.
Isto torna a prevenção da prematuridade e os cuidados com a gestantes algo de extrema importância. Com isso, a família deve realizar o planejamento familiar adequadamente e, após a gravidez confirmada, participar efetivamente das consultas e exames que devem ser realizadas no pré-natal. Portanto, o pré-natal é o grande agente de prevenção do trabalho de parto prematuro pois, ele detecta precocemente patologias maternas e fetais, permitindo assim um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante. Saliento que mesmo realizando o pré-natal adequadamente ainda assim há risco do nascimento prematuro!
Meu bebê nasceu prematuro! E agora? Há algumas classificações dentro da prematuridade e cada bebê é único e tem características individuais dentro do processo de desenvolvimento intrauterino. Por isso, cada caso deve ser avaliado individualmente pelo pediatra e este dará os encaminhamentos adequados para um melhor crescimento e desenvolvimento de cada bebê.
Saliento, então, que a importância deste profissional na sala de parto é reconhecida pelo Ministério da Saúde desde 1993. É o pediatra quem faz os primeiros cuidados com o recém-nascido e intervém nas situações emergências, garantindo um nascimento sem complicações.
Caso o recém-nascido necessite de internação, ela pode ocorrer em uma unidade de cuidados intermediários ou de cuidados intensivos neonatais. Lá, ele terá todo auxílio necessário e será monitorado permanentemente até adquirir maturidade para alta hospitalar. Atender nestes centros é uma atividade desafiadora, pois mesmo com todo empenho da equipe a taxa de mortalidade é elevada, bem como os riscos de sequelas que comprometem o desenvolvimento da criança.
A alta hospitalar do prematuro é um misto de sentimentos. Ela envolve alegria, ansiedade e medo! O que acontece agora? A cada dia que passa, o bebê vai se inserindo na rotina da família, porém precisamos ter alguns cuidados para que ele esteja seguro e consiga se adaptar a sua nova rotina. É importante, acima de tudo, priorizar o aleitamento materno, manter a higiene pessoal dos cuidadores e do bebê, evitar aglomerações e contato com pessoas doentes, evitar fumar em casa e próximo ao bebê. Não esqueça das visitas ao pediatra e manter a caderneta de vacinação atualizada! Por último, e não menos importante, encher de carinho, amor, cuidados e beijinhos (permitido para pessoas que moram na mesma casa e longe das mãos e rostinho).
Andrise da Silva Porto Alegre - Coordenadora da Área da Saúde do Senac Uruguaiana e Enfermeira Especialista em Administração Hospitalar